domingo, 22 de maio de 2011

Atração e retenção de talentos

Por Flaviane Forti Chitero

A palavra talento remonta à Antiguidade e possui uma história expressiva. Para os antigos hebreus, gregos e romanos, talento significava uma unidade de peso. Por meio da troca de metais preciosos por esse peso, o talento tornou-se uma unidade monetária. Desse modo, pode-se correlacionar o fato de que o que hoje significa fonte-chave de criação de valor era dinheiro a milhares de anos.

Apesar dessa evolução, o talento continua a ser a moeda do reino, uma vez que atualmente as empresas que multiplicam seus talentos humanos serão bem-sucedidas; as demais deverão se esforçar para adotá-lo, caso pretendam permanecer no mercado.

A globalização exige talentos! E as empresas necessitam deles para vencer desafios e alcançar o sucesso!

É importante lembrar que o talento é algo inato e adquirido, ou seja, é uma capacidade que todos os indivíduos têm, mas essa capacidade depende de aperfeiçoamento, interesse no aprendizado, relacionamento interpessoal, mudança de comportamentos e hábitos e atualização, dentre outros. Desenvolver o talento é algo que começa na família, se estende à escola e à empresa e exige alto grau de comprometimento dos indivíduos; é necessário que o desenvolvimento de talento seja mais “self-service” do que “a la carte”, isto é, a empresa deve oferecer alternativas, mas é preciso que cada um se levante e sirva seu próprio prato, em vez de esperar que alguém traga um prato pronto para seu desenvolvimento. Vivemos na Era em que o profissional é o principal responsável pelo gerenciamento de sua carreira e, conseqüentemente, por sua empregabilidade.

Devido à passagem da Era Industrial para a Era da Informação, as organizações buscam fornecedores de serviços cerebrais; necessitam das habilidades com as mãos, mas a habilidade do cérebro é mais valorizada. Procura-se pessoas criativas, íntegras, autocríticas, flexíveis, que tenham iniciativa, capacidade de aprender continuamente, isto é, que sejam dotadas de competências duráveis. As organizações não estão buscando apenas competências técnicas; estão em busca, sobretudo, dos aspectos qualitativos das pessoas; cada vez mais no futuro a variedade de estilos, comportamentos e qualificações será almejada pelas empresas.

No cenário atual, o maior desafio das organizações consiste em transformar as pessoas no “segredo do sucesso”, ou seja, é preciso desenvolvê-las e estimulá-las a fim de que sejam capazes de assegurar os resultados organizacionais. Além de atrair e desenvolver, é preciso reter os talentos, investindo em treinamentos, cursos, dando-lhes oportunidades de oferecer sugestões, incentivando-os a ser criativos. Além disso, é imprescindível proporcionar desafios aos indivíduos, uma vez que os mesmos, muitas vezes, são estimulados através destes; grande parte deles só permanece nas organizações que lhes propiciam desafios.

Diante dessas constatações, pode-se afirmar que o desenvolvimento de talentos já não é mais uma diferenciação e sim uma questão de sobrevivência organizacional. Isso remete ao fato de que a vantagem competitiva caberá às organizações que souberem atrair, desenvolver e reter seus talentos. Atualmente não são mais os bens físicos ou o dinheiro que determinam o sucesso; a capacidade de cultivar talentos decide se uma empresa ganhará ou perderá.

Cabe, portanto, às empresas, o planejamento do caminho a seguir para obter o  sucesso e, aos indivíduos, tornarem-se atrativos aos olhos daquelas, lembrando que um talento não é alguém que se destaca apenas no âmbito profissional; é necessário cultivar o lado pessoal; um talento deve ter, acima de tudo, qualidade de vida.


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